NBR 5410 na prática: o que você precisa aplicar no dia a dia

A NBR 5410 é a espinha dorsal das instalações elétricas no Brasil, mas muitos profissionais ainda a aplicam de forma parcial ou mesmo equivocada. O primeiro ponto fundamental é compreender que a norma não existe apenas para burocratizar: ela é um guia de segurança e confiabilidade. No dia a dia, isso significa, por exemplo, respeitar os limites de queda de tensão (até 4% em circuitos de uso geral), planejar circuitos independentes para iluminação, tomadas e cargas especiais, e prever pontos de uso conforme a quantidade mínima exigida em cada ambiente.

Outro aspecto central é o dimensionamento de cabos e disjuntores. A norma exige que a escolha da seção seja feita com base em critérios de corrente admissível, queda de tensão e proteção contra sobrecarga. Isso significa que não basta olhar a potência do equipamento, mas também considerar o método de instalação (embutido, em eletroduto aparente, agrupamento) e a temperatura ambiente. Do mesmo modo, a proteção contra contatos indiretos deve ser garantida por dispositivos diferenciais residuais (DR) em áreas molhadas, cozinhas e circuitos de uso externo.

Por fim, é essencial lembrar que a NBR 5410 também aborda temas de coordenação e seletividade de proteções. Isso significa que disjuntores devem ser escolhidos não apenas pelo valor nominal, mas para garantir que, em uma falha, o dispositivo mais próximo da carga atue primeiro, preservando o restante da instalação. A norma ainda recomenda prever reserva técnica para futuras ampliações, organizar quadros com identificação clara e usar condutores de cores padronizadas. Aplicar tudo isso na prática reduz riscos de incêndio, falhas e retrabalhos, garantindo segurança e credibilidade ao profissional.